morte...

Ensinaram-nos a temer a morte. Ensinaram-nos a ignorá-la, a viver como se não existisse. A não falar sobre ela. A lamentá-la no infinito silêncio da alma. Ensinaram-nos a rezar pelos que foram e pelos que estão para ir.
Não nos ensinaram que dói. Que queima cá dentro a saudade. Que se soltam as lágrimas, que rebenta o grito na garganta, que dói. Não nos ensinaram que dói. Não disseram que renasceria tudo o que não se disse, tudo o que foi dito, tudo o que éramos para dizer. Não nos ensinaram que dói.
Ensinaram-nos a temê-la, a ignorá-la, a lamentá-la. Não nos ensinram a lidar com ela. Não nos ensiram que era real. E que dói. No fundo da alma.




[Vamos todos ter saudades...*]

Há dias em que a vida pura e simplesmente acaba. Em que o ar se torna irrespirável, e qualquer caminho que se escolha leva ao sofrimento. E apercebemo-nos que não dá para chegar. Apercebemo-nos que vai chegar a nossa vez. Que vai tudo acabar. E que o melhor era termos sido nós...