domingo, abril 23, 2006

"Penso demais. Faço planos, altero planos; estabeleço prioridades, altero prioridades; traço objectivos, altero objectivos... Penso demasiado e acabo por não perceber nada. Sempre mo disseste: "Pára de pensar...". Sim, devia ter parado de pensar. Devia ter vivido o momento... Talvez se assim o tivesse feito as coisas fossem diferentes. Talvez estivesse agora com a minha mão na tua, com os teus lábios junto do meu ouvido, sussurrando palavras doces. Talvez estivesse neste momento a suspirar, suspiros de quem está realmente feliz, suspiros de quem não imagina nenhuma forma melhor de estar. Suspiros que não passam agora de sonhos. Sinto que, se tivesse agido de outro modo, as coisas podiam ser diferentes. Não devia ter virado costas e continuado a caminhar quando nos despedimos, naquela quinta-feira. Não o queria fazer e no entanto não vi mais nenhuma opção. Sei agora que haviam inúmeras. Sei agora que podia ter pegado na tua mão e sussurrado o quanto significas para mim. Ou que podia ter optado por esquecer as obrigações e ter aproveitado os últimos minutos desse dia contigo. Podia-te ter pedido que parasses o Tempo, que fizesses tudo parar, que me deixasses estar ali, contigo, naquela noite fria, de chuva. Não o fiz. Beijei-te a face, virei costas e continuei. Olhei ainda para trás. Tu já não o fizeste. Percebeste nesse mesmo momento que era tarde demais? Percebeste nesse momento que agimos mal? Que não havia já nada a fazer?...

Escaparam-me os "porquês". O porquê de sentir o que sinto. O porquê de me sentir tão bem ao teu lado. O porquê de te adorar tanto como adoro... Fugiram-me os "comos". Como me apaixonei por ti. Como consigo gostar tanto de ti como gosto. Como o que tínhamos se transformou no que temos agora. Perdi-me a meio do caminho. Talvez por ser tudo complexo. Demasiado complexo. Deixei de conseguir ver por onde ia. Naveguei, durante Tempo indeterminado, à deriva. Deixei-me ir ao sabor do vento. Deixei-O escolher o meu caminho. Peço-te desde já desculpa pois vou ofender o teu Deus, mas... Se o Deus que dizes acompanhar-te a todo o momento realmente existe, porque não estás aqui? Se realmente Ele é real, porque não estás ao meu lado? Porque tudo correu mal? Porque não estamos os dois com um sorriso na face, de mão dada, a passear sob um céu estrelado? “A Sua vontade é sempre cumprida. Se não aconteceu é porque não era suposto acontecer”, responderás provavelmente tu. Não é justo. Se Ele é o nosso Deus porque é que a Sua vontade não está de acordo com a nossa?... Explica-me, miúdo. Explica-me o porquê das coisas. Senta-te comigo e explica-me tudo, devagar. Por favor..."



E é assim que começa a minha história. Porque todas as histórias surgem de factos reais...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem Menina, já sabes o que penso dos teus textos :) gosto muito, e acho que expressam também muitas das coisas que sinto.

"Ainda te falta dizer isto: que nem tudo o que veio
chegou por acaso. Que há flores que de ti dependem
que foste tu que deixaste algumas lâmpadas acesas.
Que há na brancura do papel alguns sinais de tinta indecifráveis. E que esse é apenas um dos capítulos do livro em que tudo se lê e nada está escrito."

- Um dos capítulos (Albano Martins)

Espero que estas palavras te dêm forças p'ra continuares, embora às vezes isso pareça demasiado impossível...

Beijinho *

10:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

:X

amu vc*

10:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bem...k poxo dixr! Parece m um texto filosofico... se bm k e um texto bm bonito e os textos filosoficos nnca sao bonitos. Acho k tdo o k tm de acontecer acontece...mais tarde ou mais cedo...Por ixo, nnca deixes de acrditar... bjx do tmanho du mundo.

8:00 da tarde  

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